Equidade e justiça na avaliação de línguas adicionais
- gladysquevedo3
- 5 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
A equidade e a justiça são necessárias em todos os lugares onde as avaliações de línguas são utilizadas." (Kunnan, 2018, p. xv - minha tradução)

Equidade em avaliações de línguas significa que todos os alunos devem ter oportunidades iguais para demonstrar suas habilidades e conhecimentos. Isso implica que as avaliações devem ser elaboradas e administradas de maneira que todos tenham condições justas de mostrar seu desempenho, independentemente de suas origens, habilidades ou condições pessoais. Imaginemos, por exemplo, um professor que aplica um teste de compreensão auditiva que inclui áudios com sotaques ou dialetos muito específicos. Isso pode colocar em desvantagem os alunos que não estão familiarizados com esses sotaques. Em vez disso, o teste deve incluir uma variedade de sotaques e materiais que representem a diversidade linguística sem privilegiar um grupo específico, garantindo, assim, a validade e a confiabilidade do teste. Outro exemplo de uma prática injusta seria aplicar um teste que utiliza um vocabulário ou contextos culturais que apenas uma parte dos alunos compreende, levando a uma avaliação que não reflete as verdadeiras habilidades linguísticas dos alunos.
Uma avaliação de línguas pode incluir uma gama de tópicos e tipos de questões que refletem a diversidade do conteúdo estudado em sala de aula, garantindo que todos os alunos sejam avaliados de acordo com o que foi ensinado.
Justiça em avaliações de línguas refere-se à implementação de práticas que assegurem que todos os alunos sejam avaliados de maneira justa e consistente, sem preconceitos ou discriminação. Por exemplo, se um aluno com necessidades especiais faz uma avaliação com acomodações adequadas, como tempo extra em um teste ou uma carteira específica, isso demonstra uma abordagem justa que reconhece e acomoda suas necessidades para garantir que a avaliação avalie, de fato, habilidades linguísticas e não apenas a capacidade de lidar com condições desfavoráveis. Negar adaptações a um aluno que precisa delas resultaria em uma avaliação injusta que não reflete as habilidades reais do aluno, mas sim as desvantagens impostas por uma condição.
A formação de professores deve enfatizar a importância de práticas avaliativas justas e equitativas. Professores devem ser preparados para identificar e corrigir práticas de avaliação que possam ser injustas ou enviesadas. Ignorar a necessidade de formar futuros professores em práticas justas e equitativas pode levar a práticas de avaliação que perpetuam desigualdades e não atendem às necessidades de todos os alunos. Uma sugestão seria propiciar aos futuros professores um módulo de treinamento com atividades práticas nas quais os professores em formação analisassem exemplos de avaliações para identificar possíveis fontes de viés e discutir maneiras de tornar essas avaliações mais justas e inclusivas.
Kunnan enfatiza a importância de aplicar princípios de equidade e justiça em todas as práticas de avaliação de línguas de forma a assegurar que as avaliações não sejam usadas para discriminar ou punir os alunos, mas sim para apoiar e promover o aprendizado.
No original:
“Fairness and justice are necessary everywhere language assessments are used”
Referência:
KUNNAN, Antony John. Evaluating language assessments. New York: Routledge, 2021.


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